John Nicholson
Folhas de Outono
Exposição Parque Lage
10/04/20024
John Nicholson cresceu no Texas , lugar de luz incisiva que revela cada detalhe da paisagem com uma força exuberante e com pouco mais de 26 anos veio para o Brasil morar no Rio de Janeiro onde encontrou uma luz obliqua na maior parte do ano e que se intensifica particularmente em Maio e Novembro e ao que parece o encontro entre essas duas fontes de referências ópticas formaram um amalgama de memorias que se expressam numa tonalidade de cores e gestos amplos, firmes e de extraordinária vitalidade.
Essa vitalidade que é o que mais chama atenção e que perpassa toda a obra de Nicholson aponta para um direcionamento consciente que se assemelha de forma muito próxima as obras de pintores que o influenciaram como por exemplo, Frank Stella , Sam Francis, Dienbenkorn e Matisse ao qual Nicholson rende homenagens com os figurativos e abstratos que fazem parte dessa mostra.
A passagem do tempo é e sempre será fonte de incontáveis manifestações artísticas e os ciclos pelos quais todos nós passamos e que para muitos são geradores de crises para outros são vistos como oportunidades periódicas de aperfeiçoamentos pessoais e de ofícios, de reformulação de visão de mundo e repaginação da forma como expressamos essas novas visões.
Refletindo sobre essa questão John Nicholson decidiu fazer essa série que incluem dípticos e trípticos no anseio de compartilhar com seu público tais reflexões. Inicialmente muito influenciado pelo minimalismo americano passando pelo figurativo e após essa fase pela abstração lírica a qual se dedica até hoje, John Nicholson chega ao Outono de sua carreira artística com completo domínio de suas paletas e gestos vigorosos.
Sua paleta de cores puras parece evocar sempre o sutil limite entre a transcendência onírica e o chamamento radical da realidade com uma capacidade de transporte para o que parece ser uma dimensão superior, atemporal e dinâmica, característica esta que permeia particularmente sua obra abstrata.
Essa vitalidade que é o que mais chama atenção e que perpassa toda a obra de Nicholson aponta para um direcionamento consciente que se assemelha de forma muito próxima as obras de pintores que o influenciaram como por exemplo, Frank Stella , Sam Francis, Dienbenkorn e Matisse ao qual Nicholson rende homenagens com os 23 figurativos e os 8 abstratos que fazem parte dessa mostra.
Outra interessante característica dos trabalhos de Nicholson é sua continua e incansável disposição no que concerne ao exercício do olhar.
Esse parece ser o sutil lugar onde sua obra conversa com as obras de modernistas recentes como Sam Francis, mas particularmente com Diebenkorn, no que concerne a incorporação dos acidentes por gerarem uma maior tensão pictórica proporcionando mais dinâmica a totalidade da obra.
Zenon Valcacer